quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Teorias da tatuagem.


http://www2.uol.com.br/modabrasil/acontece/pixel/pixel.gifCélia Maria Antonacci Ramos é doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC de São Paulo e professora no Ceart/ Udesc (Centro de Artes na Universidade do Estado de Santa Catarina). A tese da doutora Célia Maria Antonacci Ramos acabou virando um livro. A obra se chama "Teorias da Tatuagem" e foi lançada no Circunlóquio na Udesc - uma semana de debates e eventos culturais realizado pela Universidade do Estado de Santa Catarina em setembro. "Teorias da Tatuagem" trata da história e significados da tatuagem na humanidade, além de trazer uma análise do trabalho dos tatuadores "Stoppa Tatoo da Pedra", uma loja de vanguarda em Florianópolis. Escritora também de outro livro sobre tatuagens, especificamente das feitas nos campos de concentração, sendo o título "As nazi-tatuagens: inscrições ou injúrias no corpo humano".O encontro com a professora Célia rendeu uma entrevista muito interessante sobre o livro, cujos trechos principais você vai ler a seguir.

Moda Brasil:O que a levou a escrever sua tese sobre tatuagem?
Célia Antonacci Ramos: Durante meus estudos sobre grafite e pichação, tema este do meu mestrado em comunicação e semiótica, em São Paulo, percebi que aquelas imagens haviam migrado para o corpo, daí o interesse em pesquisar mais sobre o tema.
MB: Quando surgiu a primeira manifestação de tatuagem na humanidade?
CAR: A data está perdida entre o tempo e o espaço. O que se sabe é que foram descobertas múmias egípcias de sexo feminino com linhas e pontos tatuados pelo corpo, tendo um círculo salientando o abdome, no Egito antigo. Através dessas informações, podemos concluir que a tatuagem é uma técnica muito antiga.
MB: A tatuagem por muitos é vista como um símbolo de rebeldia. O que você acha disso? Ainda existe preconceito em relação a essa prática?
CAR: Um pouco ainda. A sociedade, mesmo nos dias de hoje, continua um pouco preconceituosa em relação a essa prática, mas acho que isto está acabado.
MB: Dentre a sua pesquisa, que informação ou fato foi mais curioso?
CAR: No livro tem vários trechos sobre curiosidades culturais a respeito da tatuagem. Os povos antigos utilizavam a tatuagem como símbolo de identificação para determinado padrão de conduta, ato religioso ou mesmo social. Por exemplo, na Nova Zelândia, a tatuagem era um símbolo de classe, só permitida aos homens livres. Os escravos não tinham direito a essa prática. Já os havaianos tatuavam a língua em sinal de luto. O mais curioso acontecia no Japão. A tatuagem de nome kakoushibori, que significa tatuagem escondida, era mais comum entre as mulheres, feita de pó de arroz ou óxido de zinco e não era visível, aparecendo apenas em determinadas circunstâncias. Por exemplo, quando o tatuado estava sob efeito de alguma excitação - em seguida do ato sexual, após um banho quente ou alcoolizado. Nessas situações, a tatuagem ressurgia com um contorno vermelho.
MB: Você acha que a tatuagem tem alguma relação com a moda?
CAR: Digamos que a roupa tem um significado para o corpo, é uma forma, um meio pelo qual a pessoa se expressa. A tatuagem também é uma forma de expressão, porém fica no corpo.

Por Ana Karina Hahn, Fonte: http://www2.uol.com.br/modabrasil

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